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  • O livro do Casamento

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O Casamento,amor com compromisso

O Casamento,
amor com compromisso
João Paulo II,
de saudosa memória,num dos seus discursos ao Tribunal da Rota Romana, fez
ressaltar a “diferença essencial” entre o matrimônio e a mera “união de facto”.

O Santo Padre lembrou que os primeiros cristãos tiveram enfrentar com a cultura
jurídica de Roma, que fazia depender a estabilidade do vínculo matrimonial da
permanência do affectiomaritalis. Experimentalmente “o mero sentimento não pode
separar-se damutabilidade do ânimo humano; a atracção recíproca não pode ter estabilidade
e está exposta a extinguir-se facilmente se não definitivamente”. Pelo
contrário, o amor coniugalis “não é só nem sobretudo sentimento, mas é
essencialmente um compromisso com outra pessoa, que se assume com um acto da
vontade. É isto que qualifica este amor, convertendo-o em conjugal. Uma vez
dado e aceite o compromisso por meio do consentimento, o amor converte-se em
conjugal e nunca perde esse caráter”.
O matrimônio reflete
“uma doação recíproca de amor, de amor exclusivo,de amor indissolúvel, de amor
fecundo”. Portanto, não pode confundir-se com o mero rito formal e externo,
ainda que, “certamente, a forma jurídica do matrimônio representa uma conquista
da civilização, que lhe confere relevância e eficácia face à sociedade. E esta
compromete-se acuidá-lo”.

À luz dos grandes princípios naturais que marcam o matrimônio, chega-se a
compreender “a diferença essencial existente entre uma mera união de fato –
ainda que se pretenda fundada no amor – e o matrimônio, no qual o amor se
traduz num compromisso não só moral, mas também jurídico”.Como conseqüência,
revela-se incongruente “a pretensão de atribuir uma realidade ‘conjugal’ à
união entre pessoas do mesmo sexo”.

Se as palavras se gastassem eu penso que já não havia «amor», tão usada ela é.
Usa-se no seu verdadeiro sentido e usa-se com uma despudorada deturpação. Os
sábios e as pessoas de bom senso lamentam a deterioração da palavra «amor» - as
pessoas não percebem que estão usando em vão o nome de Deus, uma vez que diz S.
João que Deus é Amor. A palavra «amor»está de tal modo deturpada que se chamam
aos adúlteros, os infiéis ao amor, «amantes». Essas pessoas amam a sua própria
satisfação, os seus apetites desordenados e fogem de todo o sacrifício que
acompanha o verdadeiro amor.

Fala-se até de «amor livre», duas palavras que deviam viver unidas, que deviam
ser fecundas e no entanto não passam de um encontro impessoal sem compromisso,
sem outra finalidade que não seja a satisfação do instinto.

O «amor humano» é muito diferente, porque o homem foi criado à imagem e semelhança
de Deus. Temos de tornar a dar à palavra «amor» a dignidade que lhe foi tirada,
de modo que ela volte a mostrar centelhas da santidade de Deus. Assim
tornaremos o «amor humano» semelhante ao amor de Deus que é Amor, melhor
dizendo, é o Amor.

No amor de Deus não aparece nenhuma componente material, porque Deus é puro
Espírito e o seu Amor é puramente espiritual. Também no homem o amor é
sobretudo ou deve ser espiritual, não se devendo dar esse nome à mera atracção
física. É certo que no homem há uma mistura de espírito e corpo, e assim o amor
terá manifestações sensíveis, sendo, porém, o seu princípio espiritual. Se
faltar a componente espiritual ao «amor humano», não se está a falar de amor
verdadeiro. Para que este exista tem de intervir a vontade, que leva a que o
amor seja um «querer bem».Amar assim é buscar o bem do outro, como se fosse o
seu próprio bem.Amar também é dar-se. Na Redenção Deus feito Homem, assume a
forma de escravo, aniquila-se, Ele que é imutável que não pode sofrer torna Sua
a natureza humana e sofre para nos resgatar do poder do pecado, do demônio e da
morte – dá-se totalmente.

Muitas vezes a sensualidade causa problemas porque o coração atraiçoa;então é
preciso tirar do peito o coração de pedra e meter nele um coração de carne,
obediente às leis de Deus e observante dos seus princípios (Cfr. Ez 36, 26-27).
Este é o remédio que leva RabindranathTagore a escrever: “O tesouro da
castidade vem da abundância do amor”.E como conseguir esse amor? Recorrendo à
Mãe do Amor Formoso, a Virgem Nossa Senhora.

Não tenhamos medo que o amor se torne demasiado espiritual, pois que quanto
mais espiritual for mais alegre e mais nobre ele é. Talvez custe, mas
recorrendo a Maria tudo irá bem e chegaremos à conclusão que vale a pena...

Estas considerações podem servir de lembrança para o Dia dos Namorado suma vez
que, para mim, o namoro deve ser a ante-câmara do Matrimônio.

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