Leituras Interessantes

  • Livro: Família: Santuario da vida. Autor: Filipe Aquino.
  • O livro do Casamento

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Educação e Familia: uma união fundamental?

Caros amigos, sou Valdinei, membro do Instituto Sagrada Familia. Abrimos este espaço para que se possa discutir questões fundamentais para nossas famílias. O texto a seguir aborda um assunto super interessante para o nosso cotidiano. Educação e família. É necessário que acompanhemos nossos filhos em todas as fazes da vida escolar, portanto, é preciso estar antenado sobre o tipo de educação que queremos para nossa prole. Aproveite bem o texto.


EDUCAÇÃO E FAMÍLIA:
UMA UNIÃO FUNDAMENTAL ?
Andréia Cristina Alves Pequeno1
O presente texto tem como objetivo colaborar com a discussão e reflexão sobre a interação da família
com a escola, sem ter a pretensão de esgotar o assunto. Aborda questões como o significado do
conceito de família, sua função social e os modelos nos quais se apresentam nos diferentes
momentos da história. Mudanças ocorridas no âmbito socio-econômico e político, nos últimos 20
anos, têm um rebatimento importante sobre a família brasileira. Na década de 90, temos a
aprovação de leis nacionais e elaboração de diretrizes do Ministério da Educação, cujos conteúdos
evidenciam a importância da participação da família na escola. Pontuamos alguns aspectos que
influenciam na participação da família na escola e o significado de participação.
Será possível planejar e executar o processo de educação escolar independente da questão familiar?
Como trazer a família para participar do processo ensino-aprendizagem na escola? O que fazer
quando a família não colabora? E quando a escola não colabora?
Essas questões merecem um tratamento cuidadoso, que leve em conta aspectos sociais, culturais e
legais, que não serão aqui abordados, sem que possamos aprofundá-las.
Ao longo da história brasileira a família veio passando por transformações importantes que
relacionam-se com o contexto sócio-econômico-político do país. No Brasil-Colônia, marcado pelo
trabalho escravo e pela produção rural para a exportação, identificamos um modelo de família
tradicional, extensa e patriarcal; onde os casamentos baseavam-se em interesses econômicos, que à
mulher, era destinada a castidade, a fidelidade e a subserviência. Aos filhos, considerados extensão
do patrimônio do patriarca, ao nascer dificilmente experimentavam o sabor do aconchego e da
proteção materna, pois eram amamentados e cuidados pelas amas de leite.
A partir das últimas décadas do século XIX, identifica-se um novo modelo de família. A Proclamação
da República, o fim do trabalho escravo, as novas práticas de sociabilidade com o início do processo
de industrialização, urbanização e modernização do país constituem terreno fértil para a proliferação
do modelo de família nuclear burguesa, originário da Europa. Trata-se de uma família constituída por
pai, mães e poucos filhos. O homem continua detentor da autoridade e "rei" do espaço público;
enquanto a mulher assume uma nova posição: "rainha do lar", "rainha do espaço privado da casa".
Desde cedo, a menina é educada para desempenhar seu papel de mãe e esposa, zelar pela educação
dos filhos e pelos cuidados com o lar.
No âmbito legal, a Constituição Brasileira de 1988, aborda a questão da família nos artigos 5º, 7º, 201,
208 e 226 a 230. Trazendo algumas inovações (artigo 226) como um novo conceito de família: união
estável entre o homem e a mulher (§ 3º) e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes (§ 4º). E ainda reconhece que: os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal
são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher (§ 5º).
Nos últimos vinte anos, várias mudanças ocorridas no plano sócio-político-econômico relacionadas
ao processo de globalização da economia capitalista vem interferindo na dinâmica e estrutura
familiar e possibilitando mudanças em seu padrão tradicional de organização. Conforme Pereira
(1995), as mais evidentes são:
1 Assistente Social do INES, Especialista em Serviço Social e Política Social, Mestranda em Serviço Social – ESS/UERJ
-queda da taxa de fecundidade, devido ao acesso aos métodos contraceptivos e de esterilização;
-tendência de envelhecimento populacional;
-declínio do número de casamentos e aumento da dissolução dos vínculos matrimoniais
constituídos, com crescimento das taxas de pessoas vivendo sozinhas;
-aumento da taxa de coabitações, o que permite que as crianças recebam outros valores; menos
tradicionais;
-aumento do número de famílias chefiadas por uma só pessoa, principalmente por mulheres,
que trabalham fora e têm menos tempo para cuidar da casa e dos filhos.
Ademais, é preciso ressaltar que essas mudanças não devem ser encaradas como tendências
negativas, muito menos como "doenças" ou sintomas de "crise". A idéia de crise, atualmente em
voga, pode ser enganosa. A aparente desorganização da família é um dos aspectos da reestruturação
que ela vem sofrendo, a qual se, por um lado, pode causar problemas, pode, por outro, apresentar
soluções. Trata-se, pois, de um processo contraditório que, ao mesmo tempo em que abala o
sentimento de segurança das pessoas, com a falta ou diminuição da solidariedade familiar,
proporciona também a possibilidade de emancipação de segmentos tradicionalmente aprisionados
no espaço restritivo de muitas sociedades conjugais opressoras... Com ele, também, os papéis sociais
atribuídos diferenciadamente ao homem e à mulher tendem a desaparecer não só no lar, mas
também no trabalho, na rua, no lazer e em outras esferas da atividade humana. (Pereira 1995)
Embora a cada momento histórico corresponda um modelo de família preponderante, ele não é
único, ou seja, concomitante aos modelos dominantes de cada época, existiam outros, com menor
expressão social, como é o caso das famílias africanas escravizadas. Além disso, o surgimento de uma
tendência não eliminava imediatamente a outra, prova disto é que neste início de século podemos
identificar a presença do homem patriarca, ma mulher "rainha do lar" e da mulher trabalhadora.
Assim, não podemos falar de família, mas de famílias, para que possamos tentar contemplar a
diversidade de relações que convivem em nossa sociedade. Outro aspecto a ser ressaltado, diz
respeito ao significado social da família, qual a sua razão de existência?
Segundo Kaloustian (1988), a família é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da
proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma
como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais
necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel
decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e
humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se
constróem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais.
Gokhale (1980) acrescenta que a família não é somente o berço da cultura e a base da sociedade
futura, mas é também o centro da vida social... A educação bem sucedida da criança na família é que
vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto... A
família tem sido, é e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do
caráter das pessoas.
Evidenciado, no nosso tipo de organização social, o papel crucial da família quanto a proteção,
afetividade e educação, onde buscar fundamentação para a relação educação escola/família? O
dever da família com o processo de escolaridade e a importância da sua presença no contexto
escolar é publicamente reconhecido na legislação nacional e nas diretrizes do Ministério da Educação
aprovadas no decorrer dos anos 90, tais como:
-Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), nos artigos 4º e 55.
-Política Nacional de Educação Especial, que adota como umas de suas diretrizes gerais: adotar
mecanismos que oportunizem a participação efetiva da família no desenvolvimento global do
aluno. E ainda, conscientizar e comprometer os segmentos sociais, a comunidade escolar, a
família e o próprio portador de necessidades especiais, na defesa de seus direitos e deveres.
Entre seus objetivos específicos, temos: envolvimento familiar e da comunidade no processo de
desenvolvimento da personalidade do educando.
-Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), artigos 1º, 2º, 6º e 12.
-Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei nº 10172/2007), que define como uma de suas
diretrizes a implantação de conselhos escolares e outras formas de participação da comunidade
escolar (composta também pela família) e local na melhoria do funcionamento das instituições
de educação e no enriquecimento das oportunidades educativas e dos recursos pedagógicos.
E não podemos deixar de registrar a recente iniciativa do MEC que instituiu a data de 24 de abril com
o Dia Nacional da Família na Escola. Neste, todas as escolas deveriam convidar os familiares dos
alunos para participar de suas atividades educativas, pois conforme declaração do Ministro Paulo
Renato Souza "quando os pais se envolvem na educação dos filhos, eles aprendem mais".
Relacionados os sustentáculos formais da relação família/escola/educação é importante pontuar
ainda alguns aspectos. Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que a família independente do
modelo como se apresente, pode ser um espaço de afetividade e de segurança, mas também de
medos, incertezas, rejeições, preconceitos e até de violência. Assim, é fundamental que conheçamos
os alunos e as famílias com as quais lidamos. Quais são suas dificuldades, seus planos, seus medos e
anseios? Enfim, que características e particularidades marcam a trajetória de cada família e
conseqüentemente, do educando a quem atendemos. Estas informações são dados preciosas para
que possamos avaliar o êxito de nossas ações enquanto educadores, identificar demandas e
construir propostas educacionais compatíveis com a nossa realidade. Em segundo lugar, na relação
família/educadores, um sujeito sempre espera algo do outro. E para que isto de fato ocorra é preciso
que sejamos capazes de construirmos coletivamente uma relação de diálogo mútuo, onde cada parte
envolvida tenha o seu momento de fala, mas também de escrita, onde exista uma efetiva troca de
saberes. A capacidade de comunicação exige a compreensão da mensagem que o outro quer
transmitir e para tal faz-se necessário o desejo de querer escutar o outro, a atenção às idéias
emitidas e a flexibilidade para recebermos idéias que podem ser diferentes das nossas. Uma atitude
de desinteresse e de preconceitos pode danificar profundamente a relação família/escola e trazer
sérios prejuízos para o sucesso escolar e pessoa dos educandos. Geralmente, a família de educandos
surdos espera e necessita da escola inúmeras informações, apoio e orientação sobre como lidar com
a situação de convívio com uma pessoa surda. A falta de atenção para esta demanda possivelmente
terá conseqüências negativas para educadores, educandos e familiares. Um outro ponto, diz respeito
a tendência que a escola tem de reduzir a família à figura materna, não propondo atividades que
envolvam a totalidade da constituição familiar, como pais, irmãos e por que não tios e avós?
Pensando na situação deste país, é real a falta de informações sobre a surdez e sua influência na vida
de uma pessoa, e a forma preconceituosa de relacionamento das pessoas ouvintes com as pessoas
surdas. Esta realidade está presente nos diversos espaços da sociedade, inclusive na família e na
escola. Assim, o direito a uma vida digna enquanto pessoas surda deve ser discutido com todos e por
todos. Por último, mas também crucial, é a questão da participação da família na escola. É preciso ter
clareza do que entendemos por participar. Será que é estar presente nas reuniões para ouvir
informações burocráticas e queixas referentes ao mau comportamento dos alunos? Será que é ter
acesso a decisões previamente estabelecidas? Será que é ajudar a organizar a festa junina da escola?
Será que é poder ouvir e falar? Será que é a possibilidade de uma ação coletivamente construída por
todas as partes envolvidas no processo ensino-aprsendizagem, na qual se compartilhar
eqüitativamente, resguardadas as particularidades dos sujeitos envolvidos, a possibilidade de
planejar, decidir e agir? Enfim, muitos podem ser o significado da palavra participar. É preciso que
conheçamos as razões pelas quais as famílias não têm correspondido ao que nós educadores
esperamos enquanto sua participação na escola. Para tal, precisamos nos despir da postura de juízes
que condenam sem conhecer as razões e incorporarmos o espírito investigador que busca as causas
para o desconhecido.

BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, A.M. de. Pensando a Família no Brasil. Da Colônia à Modernidade. Rio de Janeiro, Espaço e
Tempo, UFRJ, 1987.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8069, de julho de 1990
BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial: livro 1. Brasília,
MEC/SEESP, 1994.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei nº 9424, de dezembro de 1996.
BRASIL. Plano Nacional de Educação. Brasília, MEC, 2001.
GOKHALE, S.D. A Família Desaparecerá? In Revista Debates Sociais nº 30, ano XVI. Rio de Janeiro,
CBSSIS, 1980.
KALOUSTIAN, S.M. (org.) Família Brasileira, a Base de Tudo. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNICEF,
1988.
PEREIRA, P.A. Desafios Contemporâneos para a Sociedade e a Família. In Revista Serviço Social e
Sociedade. Nº 48, Ano XVI. São Paulo, Cortez, 1995.
fonte: Site: Congregação da Sagrada Familia de Bérgamo no Brasil

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Os limites, as leis e o papel dos pais em transmití-los aos filhos

Muitas vezes nos parece fácil falar de limites. Educadores e psicólogos enumeram uma série de regras e "porquês" do que se deve ou não fazer com uma criança para transmitir-lhe os tais "limites". Mas por que na prática isso se torna uma tarefa tão difícil? Por que os pais tantas vezes se vêem esgotados em repreender os filhos e, na maioria das vezes, não obtêm resultados?
A questão do limite no desenvolvimento de uma criança é muito mais complexa do que se imagina e são justamente os pais (ou aqueles que cuidam da criança) os grandes responsáveis pela sua adaptação crítica às regras sociais.
Bom, você deve estar se perguntando o porquê desta questão ser tão complexa, e também o porquê qualquer teoria acerca do comportamento infantil não ser capaz de "dar conta do recado na hora H", isto é, na hora de impor limites a uma criança.
A resposta para essa questão é que essa complexidade se funda na forma através da qual os limites são passados. Na verdade trata-se de um aprendizado puramente emocional e, portanto, falar de teoria neste momento não ajuda muito.
A maior dificuldade encontrada nesse aprendizado sustenta-se na afirmativa: os pais, ao tentarem impor limites para seus filhos, inevitavelmente estarão tendo que lidar com suas próprias questões e problemas relacionados a limites.
Entendendo-se a palavra limite como regras ou leis em geral podemos citar alguns exemplos. Um pai ou uma mãe que teve dificuldade em internalizar ou apreender os limites dados pelos seus próprios pais, terão inevitavelmente dificuldade em transmitir esse aprendizado aos filhos, pois estarão tentando passar um aprendizado que não se afirma na sua prática cotidiana. Um pai que tem como hábito cometer excesso de velocidade ao dirigir veículos, certamente não poderá convencer o seu filhinho de que ele não deve cometer excessos, pois ele mesmo não respeita esses limites.
A partir desse momento creio que "papais e mamães" já estejam começando a compreender porque impor limites para um filho é tão complicado. Na verdade, esta complicação surge porque o tempo todo estamos lidando com nossos próprios limites, atualizando-os e revivendo a maneira pela qual estes nos foram transmitidos pelos nossos pais.
Neste momento lembro-me daquela antiga frase, "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" . Isso porque a maioria dos pais busca dar limites aos filhos desta forma, repreendendo a criança de cometer excessos, porém praticando atos excessivos, como por exemplo, bater com violência.
Infelizmente, não posso ensinar aos pais o que fazer durante esse aprendizado dos filhos (até porque cada casal é diferente e cada filho também), todavia, constitui-se tarefa fundamental para os pais durante esse processo rever suas atitudes, crenças e valores; procurando transmitir aos filhos apenas aquilo que lhes seja legítimo.
É importante, ainda, dizer que os pais devem sempre representar figuras de autoridade diante dos filhos, porém isto não necessariamente significa que desempenhem apenas funções punitivas. A figura de autoridade deve ser firme porque esse papel primariamente desempenhado pelos pais e respeitado pela criança, será futuramente desempenhado pela sociedade e retratado pelas leis.
Dessa forma, a figura de autoridade dos pais, a maneira pela qual a criança vai lidar com ela e com os limites, constitui-se a base para a introjeção das regras sociais e a adaptação a elas na idade adulta.

Fernanda Travassos
Psicoterapeuta

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Pai de família: Provedor ou algo mais?

Escrito por Mónica Bulnes de Lara

O dicionário (Pequeno Larousse Ilustrado, 1998) define “Pai” como “homem
ou macho que engendrou um ou mais filhos”. No entanto, quem tem filhos sabe que
esta definição é insuficiente. Definitivamente, qualquer varão pode ser “pai”,
no entanto, não qualquer um pode ser “pai de família”.

Um anúncio da National Fatherhood Initiative publicado no jornal USA Today do dia
19 de junho de 1996, menciona algumas das características que descrevem “Pai de
Família”. Incluía:


• Ler para seus filhos

• Caminhar juntos

• Escutar seus filhos

• Dar um bom exemplo

• Expressar-lhes seu carinho

• Ajudá-los com os deveres de casa

• Ter bons modos

• Manter suas promessas

• Poupar para a educação dos filhos

• Levá-los à Igreja

• Resolver conflitos rapidamente

• Deixar que eles o acompanhem ao trabalho

• Conhecer os amigos de seus filhos

• Conviver com cada um dos filhos

• Conversar com os filhos sobre sua infância

• Estabelecer limites claros e consistentes

• Ir ao zoológico, aos museus, aos jogos com a família

• Considerar como suas decisões afetam a vida de seus filhos

• Deixar que eles o ajudem em projetos da casa, etc.

É evidente que a parte procriadora é a mais simples (e
atualmente uma das mais populares), mas fazer bem o trabalho de pai de família
é uma tarefa muito mais complicada, muito mais profunda e muito mais
transcendente.
É evidente que a parte procriadora é a mais simples (e atualmente
uma das mais populares), mas fazer bem o trabalho de pai de família é uma
tarefa muito mais complicada, muito mais profunda e muito mais transcendente.


Com certeza, manter um nível de vida que proporcione o
indispensável aos filhos para viver dignamente implica um esforço importante,
sobretudo no que se refere a tempo familiar. Também faz parte da formação
fundamental de um filho a educação para o trabalho, sendo o pai quem – na
maioria dos casos – dá o exemplo neste aspecto, mas também é verdade que
ultimamente se considera esta função como a principal – e às vezes praticamente
única – de um pai.


Embora com mudanças importantes desde os anos 50, de modo
geral, a cultura social tem promovido pouco o sentido de responsabilidade
masculina a respeito de aspectos como o tempo dedicado aos filhos, o
envolvimento emocional e o comprometimento com eles. O principal papel que tem
sido dado aos pais atualmente é o de provedor econômico. Tanto homens como
mulheres consideram que a função principal do pai é a de que não falte nada em
casa; inclusive se espera que, através de um grande esforço e horas de trabalho
prolongadas, as condições de vida melhorem constantemente mas o custo familiar
de um baixo envolvimento paterno na educação dos filhos é muito elevado.


Apesar de que tendências feministas atuais menosprezem o
papel da participação ativa do pai na família, tem-se comprovado que os filhos
do sexo masculino aprendem melhor dos pais sobre temas como responsabilidade
masculina, realizações, afirmação e independência. É muito difícil que uma mãe
consiga ter a autoridade e a disciplina de um pai para educar os filhos homens,
particularmente os adolescentes.


Quando uma filha tem um bom relacionamento com seu pai, vive
uma feminilidade mais sadia, sente-se capaz de ser amada e aprende a confiar.
As filhas que podem confiar nos homens, geralmente se casam com homens
confiáveis.


Os pais dão importância às habilidades de competitividade,
desafio, iniciativa, tomada de riscos e independência. Em contraste, as mães
enfatizam a integração social, as relações interpessoais e o bem-estar da
pessoa. Os pais se preocupam mais com o desenvolvimento a longo prazo dos
filhos, enquanto que as mães cuidam muito a situação imediata deles. Os pais
estabelecem limites, promovem a justiça e o dever (baseado em regras). As mães
promovem a empatia, o cuidado e a ajuda (baseados nas relações)


Os pais ajudam os filhos a entender a diferença entre os
papéis sexuais. As crianças que crescem em famílias nas quais os papéis dos
pais são diferenciados aprendem a ter um uso sadio do poder do pai e do amor da
mãe. Este tipo de formação produz, predominantemente, crianças emocionalmente
equilibradas. Isto não significa, como muitas vezes se interpreta, que os
papéis devem ser os estereótipos tradicionais do pai autoritário e ausente e da
mãe submissa e frágil. Atualmente, inclusive em casais de profissionais, as
funções familiares são claras e distintas, complementando-se para conseguir o
melhor funcionamento do lar.


O envolvimento dos pais desempenha uma função única e
insubstituível para o desenvolvimento intelectual, emocional e social dos
filhos que, assim, adquirem melhores habilidades verbais, maior habilidade na
solução de problemas, maiores vitórias acadêmicas e melhor desempenho em
matemática e leitura. O efeito com maior impacto, principalmente nos filhos
homens, é o incremento na empatia e compaixão. Os homens que apresentam
condutas anti-sociais e criminosas quase nunca tiveram uma boa relação com seus
pais.


Contudo, a maior responsabilidade dos pais é dar um exemplo
do verdadeiro significado da família. Um filho aprende como deve se comportar
como futuro esposo, observando o relacionamento entre os pais. Uma filha
aprende como deve ser tratada por seu marido, observando esta mesma relação. O
exemplo dado pelos pais durante toda a vida é o modelo que os filhos seguirão
quando formarem seu próprio lar.


Por causa desta importância, sejamos homens ou mulheres
devemos ressaltar o papel fundamental que o pai desempenha na dinâmica
familiar. Desde o momento em que um homem escuta o primeiro pranto de seu
filho, sua vida muda completamente e permanentemente. Já não se trata somente
do “eu” individual mas as metas, os sonhos, os projetos, etc, estão
subordinados à vida de outra pessoa que o homem colaborou para criar. A partir
desse instante, sou responsável pela educação de meus filhos para que sejam
pessoas felizes, dignas e íntegras.

O melhor presente que os pais podem dar a seus filhos não é
uma mansão em um impressionante bairro, ou uma grande conta bancária que
garanta seu futuro, mas somente passar mais tempo com eles. Não é possível
construir uma relação com seus filhos se você não conviver com eles. Todavia,
como chegar a este alvo e ao mesmo tempo ser responsável pelas realidades
financeiras da vida? Não é fácil. É preciso sacrificar uma parte do tempo
dedicado à vida empresarial, com certeza. Seria ingênuo pensar que é possível
fazê-lo de outra maneira, mas o resultado sempre é mais positivo e satisfatório
do que qualquer sucesso profissional.

O Casamento,amor com compromisso

O Casamento,
amor com compromisso
João Paulo II,
de saudosa memória,num dos seus discursos ao Tribunal da Rota Romana, fez
ressaltar a “diferença essencial” entre o matrimônio e a mera “união de facto”.

O Santo Padre lembrou que os primeiros cristãos tiveram enfrentar com a cultura
jurídica de Roma, que fazia depender a estabilidade do vínculo matrimonial da
permanência do affectiomaritalis. Experimentalmente “o mero sentimento não pode
separar-se damutabilidade do ânimo humano; a atracção recíproca não pode ter estabilidade
e está exposta a extinguir-se facilmente se não definitivamente”. Pelo
contrário, o amor coniugalis “não é só nem sobretudo sentimento, mas é
essencialmente um compromisso com outra pessoa, que se assume com um acto da
vontade. É isto que qualifica este amor, convertendo-o em conjugal. Uma vez
dado e aceite o compromisso por meio do consentimento, o amor converte-se em
conjugal e nunca perde esse caráter”.
O matrimônio reflete
“uma doação recíproca de amor, de amor exclusivo,de amor indissolúvel, de amor
fecundo”. Portanto, não pode confundir-se com o mero rito formal e externo,
ainda que, “certamente, a forma jurídica do matrimônio representa uma conquista
da civilização, que lhe confere relevância e eficácia face à sociedade. E esta
compromete-se acuidá-lo”.

À luz dos grandes princípios naturais que marcam o matrimônio, chega-se a
compreender “a diferença essencial existente entre uma mera união de fato –
ainda que se pretenda fundada no amor – e o matrimônio, no qual o amor se
traduz num compromisso não só moral, mas também jurídico”.Como conseqüência,
revela-se incongruente “a pretensão de atribuir uma realidade ‘conjugal’ à
união entre pessoas do mesmo sexo”.

Se as palavras se gastassem eu penso que já não havia «amor», tão usada ela é.
Usa-se no seu verdadeiro sentido e usa-se com uma despudorada deturpação. Os
sábios e as pessoas de bom senso lamentam a deterioração da palavra «amor» - as
pessoas não percebem que estão usando em vão o nome de Deus, uma vez que diz S.
João que Deus é Amor. A palavra «amor»está de tal modo deturpada que se chamam
aos adúlteros, os infiéis ao amor, «amantes». Essas pessoas amam a sua própria
satisfação, os seus apetites desordenados e fogem de todo o sacrifício que
acompanha o verdadeiro amor.

Fala-se até de «amor livre», duas palavras que deviam viver unidas, que deviam
ser fecundas e no entanto não passam de um encontro impessoal sem compromisso,
sem outra finalidade que não seja a satisfação do instinto.

O «amor humano» é muito diferente, porque o homem foi criado à imagem e semelhança
de Deus. Temos de tornar a dar à palavra «amor» a dignidade que lhe foi tirada,
de modo que ela volte a mostrar centelhas da santidade de Deus. Assim
tornaremos o «amor humano» semelhante ao amor de Deus que é Amor, melhor
dizendo, é o Amor.

No amor de Deus não aparece nenhuma componente material, porque Deus é puro
Espírito e o seu Amor é puramente espiritual. Também no homem o amor é
sobretudo ou deve ser espiritual, não se devendo dar esse nome à mera atracção
física. É certo que no homem há uma mistura de espírito e corpo, e assim o amor
terá manifestações sensíveis, sendo, porém, o seu princípio espiritual. Se
faltar a componente espiritual ao «amor humano», não se está a falar de amor
verdadeiro. Para que este exista tem de intervir a vontade, que leva a que o
amor seja um «querer bem».Amar assim é buscar o bem do outro, como se fosse o
seu próprio bem.Amar também é dar-se. Na Redenção Deus feito Homem, assume a
forma de escravo, aniquila-se, Ele que é imutável que não pode sofrer torna Sua
a natureza humana e sofre para nos resgatar do poder do pecado, do demônio e da
morte – dá-se totalmente.

Muitas vezes a sensualidade causa problemas porque o coração atraiçoa;então é
preciso tirar do peito o coração de pedra e meter nele um coração de carne,
obediente às leis de Deus e observante dos seus princípios (Cfr. Ez 36, 26-27).
Este é o remédio que leva RabindranathTagore a escrever: “O tesouro da
castidade vem da abundância do amor”.E como conseguir esse amor? Recorrendo à
Mãe do Amor Formoso, a Virgem Nossa Senhora.

Não tenhamos medo que o amor se torne demasiado espiritual, pois que quanto
mais espiritual for mais alegre e mais nobre ele é. Talvez custe, mas
recorrendo a Maria tudo irá bem e chegaremos à conclusão que vale a pena...

Estas considerações podem servir de lembrança para o Dia dos Namorado suma vez
que, para mim, o namoro deve ser a ante-câmara do Matrimônio.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Os des mandamentos do casal

Os dez mandamentos do casal

 

Uma equipe de psicólogos e especialistas americanos, que trabalhava em terapia conjugal, elaborou os Dez Mandamentos do Casal.

 


Gostaria de analisá-los aqui, já que trazem muita sabedoria para a vida e felicidade dos casais. É mais fácil aprender com o erro dos outros do que com os próprios.

1. Nunca irritar-se ao mesmo tempo. 
A todo custo evitar a explosão. Quanto mais a situação é complicada, mais a calma é necessária. Então, será preciso que um dos dois acione o mecanismo que assegure a calma de ambos diante da situação conflitante. É preciso nos convencermos de que na explosão nada será feito de bom. Todos sabemos bem quais são os frutos de uma explosão: apenas destroços, morte e tristeza. Portanto, jamais permitir que a explosão chegue a acontecer. D. Helder Câmara tem um belo pensamento que diz: “Há criaturas que são como a cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura…”
2. Nunca gritar um com o outro.
A não ser que a casa esteja pegando fogo.
Quem tem bons argumentos não precisa gritar. Quanto mais alguém grita, menos é ouvido. Alguém me disse certa vez que se gritar resolvesse alguma coisa, porco nenhum morreria (…) Gritar é próprio daquele que é fraco moralmente, e precisa impor pelos gritos aquilo que não consegue pelos argumentos e pela razão.
3. Se alguém deve ganhar na discussão, deixar que seja o outro.
Perder uma discussão pode ser um ato de inteligência e de amor. Dialogar jamais será discutir, pela simples razão de que a discussão pressupõe um vencedor e um derrotado, e no diálogo não. Portanto, se por descuido nosso, o diálogo se transformar em discussão, permita que o outro “vença”, para que mais rapidamente ela termine.
Discussão no casamento é sinônimo de “guerra” ; uma luta inglória. “A vitória na guerra deveria ser comemorada com um funeral”; dizia Lao Tsé. Que vantagem há em se ganhar uma disputa contra aquele que é a nossa própria carne? É preciso que o casal tenha a determinação de não provocar brigas; não podemos nos esquecer que basta uma pequena nuvem para esconder o sol. Às vezes uma pequena discussão esconde por muitos dias o sol da alegria no lar.
4. Se for inevitável chamar a atenção, fazê-lo com amor.
A outra parte tem que entender que a crítica tem o objetivo de somar e não de dividir. Só tem sentido a crítica que for construtiva; e essa é amorosa, sem acusações e condenações. Antes de apontarmos um defeito, é sempre aconselhável apresentar duas qualidades do outro. Isso funciona como um anestésico para que se possa fazer o curativo sem dor. E reze pelo outro antes de abordá-lo em um problema difícil. Peça ao Senhor e a Nossa Senhora que preparem o coração dele para receber bem o que você precisa dizer-lhe. Deus é o primeiro interessado na harmonia do casal.
5. Nunca jogar no rosto do outro os erros do passado.
A pessoa é sempre maior que seus erros, e ninguém gosta de ser caracterizado por seus defeitos.
Toda vez que acusamos a pessoa por seus erros passados, estamos trazendo-os de volta e dificultando que ela se livre deles. Certamente não é isto que queremos para a pessoa amada. É preciso todo o cuidado para que isto não ocorra nos momentos de discussão. Nestas horas o melhor é manter a boca fechada. Aquele que estiver mais calmo, que for mais controlado, deve ficar quieto e deixar o outro falar até que se acalme. Não revidar em palavras, senão a discussão aumenta, e tudo de mau pode acontecer, em termos de ressentimentos, mágoas e dolorosas feridas.
Nos tempos horríveis da “guerra fria”, quando pairava sobre o mundo todo o perigo de uma guerra nuclear, como uma espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças, o Papa Paulo VI avisou o mundo: “a paz impõe-se somente com a paz, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade”. Ora, se isto é válido para o mundo encontrar a paz, muito mais é válido para todos os casais viverem bem. Portanto, como ensina Thomás de Kemphis, na Imitação de Cristo, “primeiro conserva-te em paz, depois poderás pacificar os outros”. E Paulo VI, ardoroso defensor da paz, dizia: “se a guerra é o outro nome da morte, a vida é o outro nome da paz.” Portanto, para haver vida no casamento, é preciso haver a paz; e ela tem um preço: a nossa maturidade.
6. A displicência com qualquer pessoa é tolerável, menos com o cônjuge.
Na vida a dois tudo pode e deve ser importante, pois a felicidade nasce das pequenas coisas. A falta de atenção para com o cônjuge é triste na vida do casal e demonstra desprezo para com o outro. Seja atento ao que ele diz, aos seus problemas e aspirações.
7. Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo.
Se isso não acontecer, no dia seguinte o problema poderá ser bem maior. Não se pode deixar acumular problema sobre problema sem solução.
Já pensou se você usasse a mesma leiteira que já usou no dia anterior, para ferver o leite, sem antes lavá-la? O leite certamente azedaria. O mesmo acontece quando acordamos sem resolver os conflitos de ontem.
Os problemas da vida conjugal são normais e exigem de nós atenção e coragem para enfrentá-los, até que sejam solucionados, com o nosso trabalho e com a graça de Deus. A atitude da avestruz, da fuga, é a pior que existe. Com paz e perseverança busquemos a solução.
8. Pelo menos uma vez ao dia, dizer ao outro uma palavra carinhosa.
Muitos têm reservas enormes de ternura, mas esquecem de expressá-las em voz alta. Não basta amar o outro, é preciso dizer isto também com palavras. Especialmente para as mulheres, isto tem um efeito quase mágico. É um tônico que muda completamente o seu estado de ânimo, humor e bem estar. Muitos homens têm dificuldade neste ponto; alguns por problemas de educação, mas a maioria porque ainda não se deu conta da sua importância.
Como são importantes essas expressões de carinho que fazem o outro crescer: “eu te amo”, “você é muito importante para mim”, “sem você eu não teria conseguido vencer este problema”, “a tua presença é importante para mim”; “tuas palavras me ajudam a viver”… Diga isto ao outro com toda sinceridade toda vez que experimentar o auxílio edificante dele.
9. Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir desculpas.
Admitir um erro não é humilhação. A pessoa que admite o seu erro demonstra ser honesta, consigo mesma e com o outro. Quando erramos não temos duas alternativas honestas, apenas uma: reconhecer o erro, pedir perdão e procurar remediar o que fizemos de errado, com o propósito de não repeti-lo. Isto é ser humilde. Agindo assim, mesmo os nossos erros e quedas serão alavancas para o nosso amadurecimento e crescimento. Quando temos a coragem de pedir perdão, vencendo o nosso orgulho, eliminamos quase de vez o motivo do conflito no relacionamento, e a paz retorna aos corações. É nobre pedir perdão!
10. Quando um não quer, dois não brigam.
É a sabedoria popular que ensina isto. Será preciso então que alguém tome a iniciativa de quebrar o ciclo pernicioso que leva à briga. Tomar esta iniciativa será sempre um gesto de grandeza, maturidade e amor. E a melhor maneira será “não por lenha na fogueira”, isto é, não alimentar a discussão. Muitas vezes é pelo silêncio de um que a calma retorna ao coração do outro. Outras vezes será por um abraço carinhoso, ou por uma palavra amiga.
Todos nós temos a necessidade de um “bode expiatório” quando algo adverso nos ocorre. Quase que inconscientemente queremos, como se diz, “pegar alguém para Cristo”, a fim de desabafar as nossas mágoas e tensões. Isto é um mecanismo de compensação psicológica que age em todos nós nas horas amargas, mas é um grande perigo na vida familiar. Quantas e quantas vezes acabam “pagando o pato” as pessoas que nada têm a ver com o problema que nos afetou. Às vezes são os filhos que apanham do pai que chega em casa nervoso e cansado; outras vezes é a esposa ou o marido que recebe do outro uma enxurrada de lamentações, reclamações e ofensas, sem quase nada ter a ver com o problema em si.
Temos que nos vigiar e policiar nestas horas para não permitir que o sangue quente nas veias gere uma série de injustiças com os outros. E temos de tomar redobrada atenção com os familiares, pois, normalmente são eles que sofrem as consequências de nossos desatinos. No serviço, e fora de casa, respeitamos as pessoas, o chefe, a secretária, etc; mas, em casa, onde somos “familiares”, o desrespeito acaba acontecendo. Exatamente onde estão os nossos entes mais queridos, no lar, é ali que, injustamente, descarregamos as paixões e o nervosismo. É preciso toda a atenção e vigilância para que isto não aconteça. Os filhos, a esposa, o esposo, são aqueles que merecem o nosso primeiro amor e tudo de bom que trazemos no coração.Portanto, antes de entrarmos no recinto sagrado do lar, é preciso deixar lá fora as mágoas, os problemas e as tensões. Estas, até podem ser tratadas na família, buscando-se uma solução para os problemas, mas, com delicadeza, diálogo, fé e otimismo.
É o amor dos esposos que gera o amor da família e que produz o “alimento” e o “oxigênio” mais importante para os filhos. Na Encíclica Redemptor Hominis, o Papa João Paulo II disse algo marcante:
“O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna algo próprio, se nele não participa vivamente”. (RH,10)
Sem o amor a família nunca poderá atingir a sua identidade, isto é, ser uma comunidade de pessoas.
O amor é mais forte do que a morte e é capaz de superar todos os obstáculos para construir o outro. Assim se expressa o Cântico dos Cânticos:
“…o amor é forte como a morte…
Suas centelhas são centelhas de fogo,
uma chama divina.
As torrentes não poderiam extinguir o amor,
nem os rios o poderiam submergir.” (Ct 8,6-7)
Há alguns casais que dizem que vão se separar porque acabou o amor entre eles. Será verdade?
Seria mais coerente dizer que o “verdadeiro” amor não existiu entre eles. Não cresceu e não amadureceu; foi queimado pelo sol forte do egoísmo e sufocado pelo amor próprio de cada um. Não seria mais coerente dizer: “nós matamos o nosso amor?”
O poeta cristão Paul Claudel resumiu de maneira bela a grandeza da vida do casal:
“O amor verdadeiro é dom recíproco que dois seres felizes fazem livremente de si próprios, de tudo o que são e têm. Isto pareceu a Deus algo de tão grande que Ele o tornou sacramento.”
Autor: Erick Sávio
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